Terrorismo em Cabo delgado: Bispos solidarizam-se e seminaristas feflectem em uma palestra no São Pio X
Publicado no dia 27 de Abril de 2024
Os Bispos católicos de Moçambique depois de reunidos na Matola, naquela que foi a 128ª Assembleia Plenária, dentre vários assuntos, falaram das mortes violentas e destruição de infraestruturas que tem como consequência a deslocação massiva de pessoas, mormente, mulheres e crianças, que se deslocam para as vilas distritais de Chiúre, nas províncias de Cabo delgado e Namapa em Nampula.
foto família Padres e seminaristas depois da palestra
O Professor Jaime António Saia, Orador no encontro, que fala de um terrorismo sem rosto, disse a reportagem do Txololoco.com: “ Para mim foi uma grande honra ter participado e por ter sido orador da palestra de hoje que tinha como tema’ possibilidade da erradicação do terrorismo em Moçambique’ “.
Professor Jaime, que é pesquisador no Centro de pesquisas internacionais, docente universitário prosseguiu dizendo:” Na verdade foi uma experiência muito boa porque na verdade, eu para transmitir e para dar alguns subsídios aos meus irmãos seminaristas porque na verdade quando falamos de terrorismo em Moçambique existem umas narrativas, várias narrativas, que alguns dizem que se chama de terrorismo, outros chamam de insurgência, onde na verdade eu pude trazer aqui, o conceito de terrorismo e o conceito de insurgência. Portanto, eu penso que depois da palestra eles saíram de lá munidos de ferramentas e nas suas pastorais saberão distinguir e saberão como transmitir o ensino que eu pude dar hoje.”
Foto no salão do São Pio X Professor Jaime Saia - orador
Questionado sobre, qual seria o principal problema que causa o terrorismo em Cabo delgado respondeu: “ Olha nós encontramos uma contradição de narrativas, porque outros dizem que não se observa a pirâmide de Abraão Maslow, não se observa as necessidades básicas do povo, que na verdade acabei questionando isso porque as necessidades que o povo de Cabo delgado está a presenciar neste momento, os jovens de Maputo também passam pelas dificuldades, os jovens de Gaza passam pelas mesmas dificuldades, os jovens da região centro passam pelas mesmas dificuldades. Então o que é que estará por detrás disso? Nós em Cabo delgado temos recursos que as grandes potências apreciam, será que as grandes potências não estão por de trás, neste caso deste terrorismo? Para poderem desestabilizar, porque na verdade, a descoberta desses recursos criou uma perceção de que alguns estados, mesmo vizinhos não estão felizes com as descobertas porque isso vai alavancar a economia de Moçambique.” Palavras do professor, colunista e analista da política internacional.
ATimóteo Pires proveniente da Diocese de Quelimane que é membro do NURETEO, que organizou o evento e esteve como moderador no evento, em entrevista ao txololoco.com, sobre a palestra que traz a reflexão sobre terrorismo disse: “ Estou grato por ser membro e justamente por ser este o tema a se ter em conta na reflexão, visto que é um problema que vem assolando há bastante tempo a todos nós, como moçambicanos temos que procurar salvaguardar os direitos daquelas pessoas que lutam pela sobrevivência naquele ponto do país. Às vezes temos dito que Cabo delgado também é Moçambique, mas eu venho dizendo que Cabo delgado é Moçambique, não é também Moçambique. Convido a todos a assumirem este tema ligado a Cabo delgado…”
Recordar que os Bispos de CEM louvam os serviços dos sacerdotes por, para o presente ano académico 2024, nos três Seminários Maiores, respectivamente de Maputo, Matola e Nampula terem iniciado com um bom número de seminaristas. E falam da necessidade de reforçar as equipas formadoras, melhorar as infraestruturas, sobretudo aumentar os espaços comuns, a saber, a capela, as salas de aulas e o refeitório.
Por Samuel António
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